Uma peça com travessões
Por Felipe Vidal
Em julho de 2008 estive com Tom Stoppard para conversarmos sobre o Rock’n’Roll que eu estava traduzindo e às vésperas de dirigir. Foi um chá e uma breve conversa numa tarde. Lá, ele me perguntou sobre as peças que eu já tinha dirigido e eu comentei que dentre outras tinha dirigido duas pecas da Sarah Kane, inglesa como ele, que eu previa que ele pudesse conhecer. Ele de pronto, espirituosamente, disse que a Sarah Kane era a “alegria dos diretores” pois ele tinha notícia de uma montagem de um dos textos dela com uma atriz, outra com três atores e outra, desse mesmo texto, com vários no elenco. Eu ri da piada dele, entendi o hiato de gerações que há entre ele e a Sarah e a radical divergência estética da dramaturgia dos dois. Não aprofundei mais o assunto pois estava ali pra falar do Rock’n’Roll – e as peças da Sarah que eu dirigi tinham personagens com nome e tudo! (mais…)