Sobre o espetáculo teatral TENTATIVAS CONTRA A VIDA DELA – (Attempts on Her Life) de Martin Crimp

Críticas

Crítica de Humberto Giancristofaro na “Questão de crítica”

Memória sem sujeito

Crítica da peça Tentativas contra a vida dela – 17 situações para o teatro

“Todas as mensagens foram apagadas” é o título da primeira das 17 situações para o teatro. Poucas passagens ecoam de forma tão atemorizante para a contemporaneidade como este ruído de ausência. Na era dos terabytes, das milhares de fotos domésticas arquivadas com a esperança de registrar todos os dias de nossas vidas; raros são os textos que peitam a aquiescência da narração, tal como a peça Tentativas contra a vida dela, de Martin Crimp, dirigida por Felipe Vidal, em cartaz no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto.

A incrível atualidade da peça está exatamente neste combate entre a necessidade de uma ligação cronológico-narrativa dos fatos e a liberdade de diferentes formas de expressão que nos levam a compor a ideia da peça. Esta é uma tensão inerente à discussão sobre o próprio fazer teatral. No texto de Crimp não há personagens, somente travessões. A forma como Felipe Vidal escolheu transportá-los para a cena não parece ter sido por apostar na força da forma e do que esta é capaz de fato, mas por como estes personagens poderiam deixar, através de seus afetos, traços na memória do espectador. São oito atores – Gabriela Carneiro da Cunha, Lucas Gouvêa, Luciana Fróes, Carol Condé, Marcela Moura, Sérgio Medeiros, Renato Carrera e José Karini – que se revezam para interpretar papéis aparentemente desconexos nas diferentes situações – aparentemente, pois por mais distintos que sejam os personagens, haverá sempre alguma conexão dada pelo fato de terem a mesma voz, o mesmo rosto, por serem encenados pelo mesmo ator. Uma relação que, mesmo sendo desconhecida, acontece, não obstante na imaginação do espectador. Referimo-nos aqui à teoria da imaginação conforme concebida por Spinoza, como um gênero de conhecimento que articula os traços, marcas ou afetos produzidos pela percepção do indivíduo no presente, ou seja, levando em conta a memória como hábito fundador de ações futuras… CLIQUE AQUI PARA LER NA ÍNTEGRA


Crítica Macksen Luiz – Jornal do Brasil – RJ – 23/05/2010

Montagem Múltipla e Surpreendente


Crítica Sergio Maggio – Correio Braziliense – DF 23/05/2010

Crítica no blog do Sérgio Maggio